Escrevi, não em vão, tudo aquilo que senti.
Porque o aperto que me encurta o respirar por ténues e breves tempos, me cola a uma sensação sentida do que já passou, mas me liberta quando me solto pelas palavras, que nada mais são que simples letras que escorregam pela noite... Sujei os dedos ao tentar desenhar a minha expressão insignificante num ensaio daquilo que sou. Ou que não sou.
Mas, por vezes, não me apetece sentir. Nem escrever. Como agora.
Já passou aquele segundo, como uma gota de chuva... E não quero dizer que sinto o que me ultrapassa.
Reviro os olhos, fecho-os, abro. Volto a fechar. Submergi em mim.
Nem sequer sei escrever. Nem isso.
Mas sou, ponto.
Um segundo, acabou de passar...