domingo, 15 de julho de 2007

É, ponto.

Está. Sai. Sorri. Bebe. Fala. Fuma. Chora. Ri. Senta. Levanta. Conversa. É.
És. Quem. Foi. Vai. Fui. Será. Dúvida. Confiança. Escondido. Em si. Parece. É. Mas não é.
Relembra. Fala. Sorri. Ri. Dá gargalhadas. Serena. Garra. Não. Hoje. Ontem. Amanhã. Provoca. Seduz. Ás vezes. Provocam. Seduzem. Cansada. Sem paciência. Mesmo.
Gosta. Não gosta. Vai gostando.
Sente. Não sente. Sempre sente.
Mostra. Não mostra. Nunca mostra.
Vive. Alegria. Conversa. Berra. Grita. Reclama. Aceita. Não aceita. É! Assim!
Críticas. Defeitos. Insensível. Fria. Dizem. Qualquer coisa. Como quer.
Mas vive. Bem. Feliz. Tranquila. Paz. Stress. Vai. Senta. Toma café. Fala. Volta a falar. Conversa. Conta. Grita ao mundo. Não precisa, diz! Simplesmente aceitável. Revoluciona. Admirável energia. Muitas críticas.
Ninguem sabe. Ninguém.
Vive, paz. Esconde. Triste.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Suspiros

Memórias momentâneas que estragam a alma. Uma noite ao longe, com as luzes da cidade interpretando o ser o que não ser. As nuvens que espalham um segredo no luar que não se vê. Silêncio. Ofusca o querer, esconde o trépido aperto de seguir. A solidão de mil pessoas e um só corpo. Nuvens negras acinzentadas que denotam uma expressão de horror abandonado no mar escondido no céu sinistramente absorvido pelas luzes. Dói-lhe o ombro, não pesa, não sente nada, mas dói. Está só. Hoje afigura-se uma menor quantidade de pontos amarelos atravessados nos prédios e avenidas. Ninguém está ali, parece-lhe.
Já não lhe apetece mais mostrar o que a atormenta. Deseja apenas gritar ao mundo o que não detém, ou o que não a preenche, há alguns anos. Mas está farta. Segue o seu trilho, com resignação. Mas uma conformidade tão irritante que a suga nas noites sóbrias e solitárias. Na cadeira balança consoante o vento lhe diz soprando ao ouvido o que quer ouvir. É uma criança, uma menina, as suas tranças não querem traçar o futuro, nem lhe querem contar o segredo. Aquele.
Apetece-lhe chorar enfurecida, largar lágrimas pela atmosfera apertada, desapertar-se da calma tranquilizante que as formigas lhe querem dar. Não. Não consegue mais. Não quer. Mas sente que nada pode fazer… E quer.
O ombro pesa-lhe cada vez mais.
Quer paz, a paz dela. No baloiço começa a andar com uma força que a prende e a fixa numa raiva amargurante. Quer saltar para a árvore mais alta e voar. Quer desaparecer na noite. Com as luzes semi-acesas, sem ninguém dar conta (e mesmo que dessem).
Quer causar a sua felicidade nos seus momentos instantâneos. Quer acreditar que ainda é possível, e que ainda merece. Ninguém a vê, ninguém a conhece, e todos a julgam sem se olharem. Ela erra, porque ninguém o faz (...), mas quer encontrar algo, não a deixam. Ela própria não se deixa. Porque não quer o mesmo, quer revelar a magia, voar na imaginação, sonhar com encontros. Acreditar em contos de fadas… É uma Bela que quer o seu Monstro… Mas os monstros não existem. É pena.
A noite abraça o mais estúpido dos pensamentos, dos sentimentos. Isto tudo é tão estupidamente sincero mas grotesco. Está cansada e dói-lhe o ombro. Vai dormir para o terraço e cobrir-se com as estrelas que nem sequer estão lá.
Irrito-me.

Deve ser isso...

Não quero mais saber.
Só sei que estou. Eu. O resto é secundário.
Vou, fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, com qualquer eu.
Fui. Cansei disso, disto e daquilo. Já não me interessa.
Sou. Busco. Desencontro. Nego. Desisto. Recupero. Esqueço. Talvez. Nunca.
Ali.