quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Despedida.

Queria esquecer o que tanto me atormenta... Perder no tempo tudo o que contigo vivi...
Voltar atrás o filme sofrido e reconstruir da forma mais fácil. Não sentir.
Que o meu pensamento não fosses tu... Que a lua que hoje vejo não me fizesse recordar-te...
Se tu pudesses imaginar o quanto me magoas...
Quando acordo assustada e feliz porque sonho que és meu... E nunca o foste, não...
Embrulhaste-me em mentiras odiosas, arrancaste de mim o que eu nem sabia que em mim existia!!
Fui tão tua...
E ainda tenho saudades... Do teu olhar arrepiante, do teu beijo... Como desfalecia em ti...
Digo, enganosamente confiando, que nunca regressaria ao nosso sofá... Que o perdão é impensável, e a desilusão é infinita...
Mas se me beijasses de novo como naquela noite, sabes que nunca iria conseguir resistir...
No entanto, no final, era eu que me ia embora... Faltou isso. A minha despedida.
O sofá agora, é dela.
Os abraços fortes e seguros, o olhar terno e selvagem, o beijo apaixonado e único... Nada mais será meu.
E, admito, entre lágrimas raivosas, eu tenho saudades tuas! ...
Odeio-te tão só pelo amor solitário que em mim deixaste... Pelas noites sem dormir, pelas lágrimas que tiveram que ser escondidas por sorrisos e gargalhadas tão falsas... Pelo vazio triste, simplesmente triste, que criaste...
Escondo em momentos estúpidos, em pessoas insignificantes, aquilo que me és... Obrigaste-me a não ser eu...
E quando tudo acabou não foste capaz de o dizer!! Dizias-me que era sério o que tinhas, e continuavas a dizer que eu te era... Atitude mais merdosa e infantil...
Sei que um dia me vais pedir perdão, que vais querer a minha amizade de novo... Mas nunca mais serás.
Perdeste-me e eu perdi-te.
Resta-me esquecer que tivemos momentos de magia única e de um mistério incompreensível... Que o meu amor ainda subsiste, e que a tua fuga me atraiçoou...
Ainda te queria só para mim...
Mas por favor, mostra-me que não me queres! Diz-me que foste embora de vez e faz-me acreditar que isso é verdade! Deixaste aberta uma esperança sem fundamento mas sem palavras!!!
Tiveste medo das minhas lágrimas, tiveste medo que a minha dor te assombrasse. Mas um dia vais saber o que sofri. Não por vingança nem por ódio, não. A vingança é impensável, e o ódio que tenho é pelo que sinto e não por ti.
Mas pela amizade que te tinha, pela confiança que em ti depositei, pelo respeito que sempre te tive, pela admiração, pelos anos de convivência, pelos momentos, pela honestidade que sempre tivemos enquanto amigos, um dia, sim, saberás o sofrimento que me persegue todos os dias desde o dia em que me disseste que "é para valer", as lágrimas que me consomem sempre que as recordações aparecem, saberás a dor que tive, e o aperto que senti... A aflição e o choro convulsivo que tive a primeira vez, sim, saberás.
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Porque nunca me mandaste embora?!? Era mais fácil...
Fraco...

1 comentário:

Patrícia disse...

Tão bom que era encontrar o botãozinho que nos permitisse deixar de pensar...

Ou isso, ou tirar férias de nós próprias e voltar só quando a dor tiver sarado.

Escreve tudo que te dói, suaviza a pena e permite-te um dia lembrar aquilo que um dia não querias esquecer.