terça-feira, 20 de março de 2007

Será.

Sento-me tranquilamente numa esplanada. O vento agradavelmente frio ataca de todos os lados e os meus cabelos dançam, cobrindo-me o rosto como uma cortina que se fecha após um teatro sem actores.
Os olhos atentos, numa tentativa anelante de descobrir o céu, deparam-se com um mar extenso, de uma infinidade incompreensível... Querem descobrir o início e o fim (que não chegam nunca).
Casaco bem apertado, aninhada em mim mesma, não vejo sequer o visível. Cego-me num mar de ondas impetuosas e insolentes, que dizem um “não” intocável ás rochas salgadas, como se quisessem fugir à tempestade que vem sempre.
Tomo o meu café que me aquece por breves segundos, e acendo um cigarro que o vento faz questão de o fumar num ápice.
Vejo (ou não) dois mares num só.
Dois mares. Dois caminhos. Duas opções. Ou nenhuma.
Do lado direito o sol entra sem compaixão pelas nuvens brancas escurecidas, dando-me luz verde para seguir, sem destino, sem rumo, sem fim, para uma estrada marinha que me conduzirá a algo indeterminável mas esperançosamente próspero. Do lado esquerdo, a escuridão que num silêncio tenebroso e frio me diz “pára e fica”.
Nem digo mais nada. Sei que não é o quero, mas será que quero o que não sei...? O que esperar? Não sei. Com o que contar? Não sei. O que sentir? Não sei. Mas sei que um dia... Um dia pode ser amanhã ou ontem...
Sei, que algures num universo, longe ou perto, tudo se encontra, tudo se passa, o que tiver que se realizar, será... Vou esperando pelo final do teatro... Será bom?!

Dois mares, uma só vida, um mar.

Dilemas de uma vida feliz pelo que existe enquanto existe!

1 comentário:

Clara Mafalda disse...

mereces a história mais bonita, seja no teatro ou na vida real :)
beijinho grande*